Constelações Familiares

Uma nova forma de olhar para o passado, caminhar no presente e chegar ao futuro

Constelações Familiares: O que são e para que servem?

As Constelações Familiares são uma filosofia de vida, que nos foi trazida por Bert Hellinguer, um psicoterapeuta alemão.

Quando esta filosofia é aplicada como técnica terapeutica, acaba por ser de alto impacto seja sob a forma de grupo, constelação individual ou simples exercícios ou meditações (centramentos) sistémicos.

Como técnica terapeutica, as constelações familiares são extremamente eficazes na resolução de dificuldades entre pais e filhos, assim como desafios nas relações íntimas ou conflitos latentes de trabalho. Podemos falar também de psicossomatismos, como aquelas doenças que chegam em algum momento e não nos largam. 

Constelação Familiar

Com a devida ressalva das constelações NÃO curarem doenças, se toda a doença está a serviço de algo latente, então as constelações familiares oferecem um olhar para a origem do que provoca a consequência (doença).

Todo o ser humano precisa de vínculo, e iniciamos esta busca na barriga das mães. Ora, se o vínculo se traduz em relações, eu diria que as constelações se aplicam a todos os relacionamentos e como tal, esse olhar precisa ser cuidado já que necessitamos do vínculo para assegurar a nossa saúde (fisica e mental).

Assim, as constelações familiares servem para acender uma luz sobre a dinâmica dos relacionamentos e vão em busca da origem do que nos causa mau-estar, peso ou bloqueio para identificar as dinâmicas.

Como? Através de figuras (sejam bonecos ou pessoas) que manifestam a dinâmica.

Agora, o que que cada um faz com o que recebeu, so a ele lhe cabe decidir.

Como funcionam as Constelações Familiares?

Sessão em Grupo

Em grupo, o Constelado de forma sucinta e  clara diz o que quer tratar e qual o seu objetivo com aquela sessão. Posteriormente são atribuídos papéis aos representantes para que se observe a dinâmica presente. Mesmo com pouca ou nenhuma informação, os representantes deixam-se guiar pelo leve fluir do corpo ou emoção que possa surgir naquele momento e permitem-se integrar aquele grupo de trabalho renunciando a qualquer suposição, julgamento ou entender que possa surgir.

Ao longo da sessão o Constelado observa o movimento dos Representantes e ganha outra perspetiva mais clara das dinâmicas, emoções e dificuldades presentes, que vai de encontro à origem do que se está a manifestar na sua vida.

O terapeuta apenas guia a Constelação Familiar o que permite o movimento na direção da questão a ser tratada.

Constelações Familiares

Com este novo olhar, o Constelado pode finalmente perceber a origem da questão e decidir se quer atuar na sua vida de forma direcionada e eficaz ou se é suficiente reposicionar-se em relação à questão em causa (também pode decidir aceitar o que viu e não fazer nada). Essa decisão só a si lhe cabe e essa postura é uma das vantagens das Constelações Familiares, não há julgamento nem interpretação por parte do terapeuta.

Em grupo, como há várias constelações a fazer, a duração das sessões (onde várias pessoas são consteladas) pode ser dividida em blocos de meio dia ou dia inteiro, sendo pré-determinado pelo terapeuta para que os interessados se possam inscrever.

Também é possível inscrever-se apenas para representar nas Constelações Familiares, não precisa necessariamente de constelar. Ao representar, também está a tocar no seu sistema familiar e mesmo não estando a constelar, algo em si se move internamente de forma mais suave. Costumo sugerir começar por representar para quem nunca constelou por trazer valiosos insights sobre si.

Às vezes pequenos passos fazem grandes diferenças, e o papel do representante é generoso e profundo, tocando todos, mas também contribuindo para si mesmo nesta posição.

Sessão individual

Individualmente a Constelação Familiar leva cerca de 1h e o processo inicia-se com um centramento (semelhante a uma meditação para maior atenção às sensações do corpo), seguindo-se do posicionamento dos bonecos que assumem o papel dos representantes. O terapeuta vai movendo os bonecos descobrindo pontos de stress e caminhando em direção à origem sempre com o feedback do constelado.

Sendo os representantes bonecos, o terapeuta dá uma descrição dos movimentos que tiveram lugar durante a sessão por forma a tornar mais clara a dinâmica observada pelo constelado.

Eventos de Constelações Familiares

Fevereiro

Dia 2 – Grupo de Constelações Familiares – Lisboa das 9h às 13h
Dia 22 – Worshop “O meu Feminino” – Algarve das 18h30 às 22h30

Março

Dia 2 – Workshop de Constelações Familiares (Teoria e Prática) – Leiria das 10h às 18h
Dia 5 – Grupo de Constelações Familiares – Lisboa das 19h às 22h
Dia 21 – Worshop “O meu Feminino” – Algarve das 18h30 às 22h30
Dia 30 – Workshop de Constelações Familiares (Teoria e Prática) – Lisboa das 9h às 18h30

Abril

Dia 2 – Grupo de Constelações Familiares – Lisboa das 19h às 22h
Dia 13 – Grupo de Constelações Familiares – Lisboa das 8h30 às 13h30
Dia 14 – Grupo de Constelações Familiares – Algarve das 9h às 13h
Dia 28 – Grupo de Constelações Familiares – Lisboa das 9h às 13h30

Maio

Dia 11 – Consultas Privadas e Grupo de Constelação Algarve com Cacau das 13h30 às 20h30
Dia 26 – Grupo de Constelações Familiares – Lisboa das 8h30 às 13h30

Julho

Dia 6 – Grupo de Constelações Familiares – Lisboa das 8h30 às 13h30

Qual o Papel do TERAPEUTA nas Constelações Familiares?

O Papel do Terapeuta nas Constelações Familiares é infelizmente muitas vezes mal interpretado, ou várias técnicas são misturadas com as constelações familiares (o que não tem qualquer problema desde que a pessoa saiba para o que vai).

Aplicando a técnica de acordo com o que Bert Hellinguer nos deixou, o terapeuta tem um papel secundário (o principal é o cliente), como tal tem o mínimo de interferência na sessão. Com objetividade e capacidade observação não encontra lugar para interpretações, julgamentos ou opiniões.

O Terapeuta está ali para testar novas posturas até encontrar a ponto de stress que indica a origem e ajudar o paciente a encontrar soluções ao desenvolver um entendimento mais profundo da sua situação especifica.

Então o constelador apenas trabalha com o que se apresenta sem conjecturas ou ideias pré-concebidas mas com o que se manifesta no momento, esta abordagem também é fenomenológica.

O que não se constela:​

  • Não é ético constelar por outras pessoas mesmo que sejam familiares
  • Não se constelam filhos a partir da adolescência uma vez que saem da esfera dos pais nesta idade
  • Não se constela uma criança sem o consentimento do outro progenitor (mesmo que este não queira estar presente na sessão)
  • Não se fazem Constelações Familiares por curiosidade
  • Não se constelam temas que toquem nas questões do terapeuta – aí o terapeuta deve se abster de constelar pois deixará de servir o cliente de forma isenta.

Alguns Testemunhos

Perguntas frequentes sobre constelações familiares?

  • Para identificar a origem de bloqueios
  • Para maior leveza na vida (muitas vezes já nem nos reconhecemos porque não éramos assim)
  • Para descobrir que padrões de comportamento repetimos e são dolorosos
  • Qualquer dificuldade de relacionamento que impeça o bem-estar
  • Para quem ainda não encontrou uma solução noutras práticas. 
  • Para uma dor/dificuldade que se torna incapacitante de algum modo
  • Para quem sente que a vida não flui

As constelações familiares também podem ser aplicadaa em áreas como a familia e os relacionamentos, mas igualmente no trabalho e na saúde.

Apesar de em Portugal não ser reconhecida pela ordem dos psicólogos, muitos utilizam as Constelações Familiares quando a psicoterapia convencional não traz desenvolvimentos. Esta é uma técnica como o Psicodrama de Moreno ou a Hipnose, contudo quando o psicólogo precisa de ferramentas para ajudar o paciente pode optar por escolher as Constelações Familiares ou outras, mas perigos não tem.

Na Alemanha ou no Brasil esta técnica é de prática comum e é aplicada inclusivamente em escolas para trazer ferramentas aos professores e alunos em situações de conflitos relacionais, no sistema jurídico como ferramenta de mediação de conflitos e apoio ao juiz para que possa com outra perspectiva tomar uma decisão informada. Servindo diferentes contextos no Brasil, e como forma de a implementar cada vez mais pelos seus resultados, foi reconhecida no senado brasileiro como uma técnica terapêutica de alto impacto.

Após a Constelação Familiar, é comum que as pessoas envolvidas experimentem uma sensação de alívio ou liberação em relação às questões pessoais ou familiares que foram exploradas durante a sessão. É possível que essas questões tenham sido trazidas à tona e resolvidas de maneira emocionalmente intensa. 

Depois da sessão, é importante que as pessoas envolvidas reservem um tempo para processar as emoções e insights que surgiram durante as constelações familiares.

Esta é uma das principais dúvidas que me colocam acerca das Constelações Familiares. A grande maioria das vezes apenas 1 sessão, este não é um tratamento continuado e nenhum terapeuta deve recomendar qualquer frequência uma vez que apenas o constelado pode saber quando atinge o seu bem-estar.

Relembro, o papel do terapeuta é apenas o de aplicar a técnica na sessão absolutamente isento.

A terapia familiar é um investimento em que o acompanhamento é continuado e normalmente é duradoura para produzir resultados bem fundamentados.

As Constelações Familiares são uma técnica terapeutica baseada numa fisolofia de vida que é aplicada uma vez, talvez em situações excepcionais 2 vezes mas devidamente espassadas para ser retirar total partido da sessão. O impacto de uma sessão de constelações familiares é tão intenso que não vamos continuar a mexer no que foi cuidado ali, esperamos que o seu corpo, a alma e consequentemente a cabeça façam uma escolha de continuar naquela direção… ou não!

Agora como já vimos através de figuras a origem da nossa questão (bonecos ou pessoas – no caso das constelações em grupo), não há como “des-ver” então há uma escolha a ser feita: ficar como está e aceitar o que já é, ou reposicionar-se. 
Todas as escolhas são válidas e ninguém, nem nenhum terapeuta deve dizer o que o que cada um deve escolher para si. Cada um tem a sua caminhada e só cada um com as suas dores e caminho de vida percorrido poderá escolher a que melhor lhe serve!

Se for sobre o mesmo tema recomendo fazer com intervalos de 6/9 meses, às vezes até mais. Não faz sentido fazer outra sessão quando ainda não se retirou todo o benefício da primeira. Entre entender de forma racional o que se passou na primeira sessão e implementar com o coração tudo o que já está em movimento com a primeira sessão. É um período em que só cada pessoa sabe e sente, mas como Hellinguer dizia: “A distância mais longa é da cabeça ao coração”.

É essencial escolher bem com quem vai fazer as constelações familiares de modo a ser respeitado, tratado com dignidade e isenção pelo terapeuta. Afinal ninguém procura as constelações porque tem tudo resolvido e está óptimamente, então num momento tão delicado em que se está a expor através de uma dor ou dificuldade convém que seja com alguém que o deixa seguro e confortável.

Uma característica fundamental para um bom constelador é fazer constante pesquisa e dedicar-se a estudo constante – Bert Hellinguer dizia que um constelador é como um cirurgião, deve estar em constante aprendizagem -.

Outro ponto que me parece muito importante, é escolher um terapeuta que respeite o tempo e a necessidade do constelado, nunca nenhum terapeuta poderá saber o que é estar naquele lugar, então deve apenas e só aplicar a técnica sem julgamento ou juízos de valor.

É interessante também perceber se o constelador aplica mais do que um método terapêutico ou se é fiel à técnica deixada por Bert Hellinguer. Se o constelador aplicar mais do que a constelação familiar é importante que o diga a todos os participantes até para se poder distinguir o que são e o que não são Constelações Familiares  – só assim cada um poderá decidir se é uma técnica que funciona consigo ou não.

Por fim e não menos importante, o constelador deve ser alguém que observa e ouve sem nunca ter o papel principal nas constelações familiares, o terapeuta que está ali apenas para servir com a ferramenta que estudou.

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